Sim, eu podia começar esse texto com um ponto de interrogação. Mas preferi, não. E por que não? Porque há anos tenho acompanhado a literatura científica e percebo uma grande variedade de trabalhos registrando os efeitos terapêuticos da fé.

Quando ampliamos o escopo para a literatura que envolve efeitos terapêuticos da prática de exercícios relacionados a espiritualidade, aí temos realmente um numero bem interessante de trabalhos.

Por exemplo, Yoga e Atenção Plena (mindfulness) lideram com grande vantagem no número de evidências. Há trabalhos mostrando desde efeitos positivos sobre a saúde mental até outros correlacionando com efeito anti-inflamatório em diversas situações clínicas.

Mas voltando ao tema, FÉ, quero relatar um trabalho que li há alguns dias onde os autores buscaram correlacionar os efeitos do ato de rezar sobre a saúde cardiovascular.

Os voluntários que participaram do trabalho foram divididos em 3 grupos: 1) grupo controle; 2) grupo instruído a fazer pensamentos positivos para seu esposo/esposa e 3) grupo que foi convidado a REZAR em prol do seu esposo/esposa.

Ao término de 8 semanas todos foram avaliados em diferentes parâmetros de saúde cardiovascular. Após a análise dos dados os autores evidenciaram que aquelas pessoas que rezaram em prol dos parceiros haviam apresentado melhora significativa no funcionamento cardíaco.

Como? Qual o mecanismo? Realmente difícil dizer. Mas a existência do grupo que fazia apenas pensamento positivo e a diferença significativa entre este e o grupo que rezou no mesmo período, sugerem fortemente que os efeitos observados tinham relação com a FÉ daqueles que rezavam.

Cordialmente,

Prof. Dr. Fabrício Assini

PARA ACESSAR O ARTIGO ORIGINAL, VER:

May et al.,  Prayer in Marriage to Improve Wellness: Relationship Quality and Cardiovascular Functioning. Journal of Religion and Health. https://doi.org/10.1007/s10943-019-00829-3