Sim, somos aquilo que pensamos, lembramos, decidimos. E o órgão que controla este tipo de comportamento é o cérebro.

Frase óbvia, diria um leitor mais impaciente... mas optei por começar com ela porque precisamos encarar o cérebro com a racionalidade que pensaríamos em qualquer outro órgão do corpo humano.

Quando pensamos no cérebro como um órgão anatômico, bioquímico e fisiológico passamos a encarar as alterações comportamentais produzidas pelas doenças psiquiátricas ou neurológicas como naturais.

Explico, se consideramos natural que um paciente diabético tipo 1 tenha uma alteração de glicemia que o faz urinar demais, então também deve ser natural que uma alteração no funcionamento do órgão que controla comportamentos também leve a sintomas como ansiedade, tristeza, pensamentos fora dos padrões da sociedade e afins...

Esse tipo de atitude irá contribuir para aumentar o número de pessoas que procuram ajuda para o tratamento das suas doenças psiquiátricas. Digo isso porque infelizmente ainda há preconceito por parte de alguns (muitos talvez) não só com relação a busca de ajuda com psiquiatras e/ou psicólogos, mas também com os próprios pacientes com alguma psicopatologia.

Neste texto, diferente do habitual, não escreverei para falar de artigos, mas para pedir empatia com os seres humanos que sofrem com alguma doença psiquiátrica. Ou pelo menos que possamos trata-los com a mesma naturalidade que trataríamos alguém com hipertensão ou diabetes.

Cordialmente,

Prof. Dr. Fabrício Assini