É indiscutível o papel da vitamina D sobre o funcionamento dos diferentes órgãos do corpo humano. Na verdade, praticamente todas as células humanas expressam receptores para ela. Assim, por definição, ela deveria ser considerada um hormônio e não exatamente uma vitamina.

Definições a parte, quando penso nos papeis da Vitamina D sobre o SNC, dois tem amplo destaque: 1) a participação na síntese de serotonina e 2) um interessantíssimo efeito anti-inflamatório.

A síntese de serotonina inicia-se com o aminoácido triptofano sendo convertido em 5-HTP sob ação da enzima triptofano hidroxilase. Esta enzima tem sua expressão controlada ligação da vitamina D em seus receptores.  Este fato explica a incidência aumentada de depressão nos locais de menor incidência solar e o papel da exposição solar sobre o controle do comportamento emocional.

Outro efeito da ligação da vitamina D em seus receptores correlaciona-se com a inibição do fator de transcrição NF-kb. Este ultimo é o fator de transcrição melhor relacionado a propagação/perpetuação do processo inflamatório.  Vale lembrar que a neuroinflamação é a linha que conecta, ansiedade, depressão, Alzheimer, Parkinson, epilepsia, Autismo e outras desordens neurológicas ou doenças psiquiátricas.

Por isso o monitoramento dos valores ótimos de Vitamina D (que vão muito além dos “normais”) é importantíssimo no acompanhamento da qualquer paciente com alguma psicopatologia. Claro, esses valores ideais variam bastante conforme a patologia, por isso a necessidade de acompanhamento por profissionais da saúde capacitados para esta suplementação.

Cordialmente,

Prof. Dr. Fabrício Assini